segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

O EMBARAÇO DA ESCOLHA


APROVEITO ESTA COLUNA para aliviar um pouco a consciência em relação á escolha que fiz dos 10 portugueses mais importantes da nossa História, respeitando as regras do jogo que o DN estabeleceu. O embaraço da escolha foi grande, face à primeira lista que fiz, pois integrava cerca de meia centena de personalidades portuguesas mais relevantes, quer da vida política quer da vida cultural. Foi a partir dela que tive de eleger apenas 10. É essa lista mais longa que aqui vou referir, poupando justificações que não cabem num espaço tão exíguo para o efeito. O critério é subjectivo e a ordem é cronológica.

Primeiro a Monarquia (1143-1910). Entre reis e outras personalidades políticas, elegi: D. Afonso Henriques (1108-1185), D. Dinis (1261-1325), D. João I (1357-1433), D. Duarte (1391-1438), o Infante D. Pedro (1392-1449), D. João II (1455-1495), Vasco da Gama (1469-1524), o Marquês de Pombal (1699-1782), D. Pedro IV (1798-1834), Mouzinho da Silveira (1780-1849) e Fontes Pereira de Melo (1819-1887). Para a minha lista dos 10, acabei por eleger D. João II, D. Pedro IV e Fontes Pereira de Melo.

Entre homens de cultura durante a Monarquia, elegi: Fernão Lopes (1380-1459), Gil Vicente (465-1536), Grão Vasco (1475-1542), João de Barros (1496-1570), Damião de Góis (1502-1574), Pedro Nunes (1502-1578), Fernão Mendes Pinto (1510-1583), Luís de Camões (1524-1580), Padre António Vieira (1608-1697), D. Francisco Manuel de Melo (1608-1666), Carlos Seixas (1704-1742), António José da Silva (1705-1739), Luís António Verney (1713-1792), Domingos Bontempo (1771-1842), Almeida Garrett (1799-1854), Alexandre Herculano (1810-1877), Camilo Castelo Branco (1825-1890), Eça de Queiroz (1845-1900) e Cesário Verde (1855-1886). À lista dos 10, apenas foram parar Luís de Camões, António Vieira, Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós.

No século XX, elegi Teixeira Gomes (1860-1941) e Afonso Costa (1871-1937), entre os políticos da I República. Saltei por cima do Estado Novo, já que Salazar (1889-1970) só é relevante pelas piores razões. Quanto à resistência à ditadura, ao 25 de Abril e à II República, optei por Álvaro Cunhal (1913-2005), Salgueiro Maia (1944-1992) e Mário Soares (1924), único dos vivos que citei, por ser o símbolo da democracia e da integração europeia. Só Afonso Costa e Mário Soares couberam na lista dos 10.

Percorrendo a cultura portuguesa do século XX, elegi, entre os que já morreram: Raul Brandão (1867-1930), Teixeira de Pascoaes (1877-1952), Fernando Pessoa (1888-1935), Amadeo de Souza-Cardozo (1887-1918), Aquilino Ribeiro (1885-1963), Vieira da Silva (1908-1992), Jorge de Sena (1919-1978), Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004), Amália Rodrigues (1920-1999), Mário Cesariny (1923-2006), Alexandre O’Neill (1924-1986) e José Cardoso Pires (1925-1998). Vieira da Silva está entre os 10. O embaraço da escolha foi grande. Mas alivio a consciência expondo a lista toda.

«DN» - 26 Jan 07
http://sorumbatico.blogspot.com/2007/01/o-embarao-da-escolha.html

2 comentários:

Carlos Medina Ribeiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos Medina Ribeiro disse...

Este texto, no Sorumbático, desencadeou uma polémica que ainda decorre...